TRATAMENTO ORTODÔNTICO: QUANDO COMEÇAR?

Ainda considerado por grande parte dos pacientes uma especialidade com hora e data marcadas para começar, o tratamento ortodôntico/ortopédico facial continua gerando dúvidas justamente em relação ao início ideal. 

Para alguns pais, a consulta a um especialista deve ser feita após a troca dos dentes de leite ou somente na adolescência. Segundo a especialista em ortodontia e ortopedia facial, Cristiane Saievicz Andraus, é possível iniciar um tratamento precoce em crianças a partir dos dois anos de idade seguindo os princípios da Ortopedia Funcional dos Maxilares. "Uma avaliação ortodôntica na infância pode detectar problemas em um estágio bem inicial e o tratamento pode obter resultados que não seriam possíveis com a idade um pouco mais avançada", explica.

Nessa avaliação, é possível verificar se a criança já apresenta algum problema como mordida cruzada ou aberta. "Uma consulta realizada antes do seis anos de idade, por exemplo, pode tirar proveito tanto da quantidade como da qualidade do crescimento, devido à plasticidade dos tecidos. Nesse caso, o tratamento precoce pode evitar até mesmo situações em que seria necessária alguma intervenção cirúrgica", esclarece Cristiane.

Alguns fatores podem influenciar no desenvolvimento e formação dos ossos da mandíbula, o que será detectado nessa primeira consulta, como orienta a especialista. "Serão observadas questões como fala, deglutição, respiração e a presença de hábitos, como uso de chupeta ou a sucção de polegar, que possam alterar o posicionamento correto dos dentes e até a face como um todo", diz.

Para os pais que não têm certeza se os filhos aceitarão ir ao ortodontista tão cedo, Cristiane aconselha fazer uma tentativa sem forçar a criança. "O ideal é que os pais tragam espontaneamente seus filhos para uma consulta. O objetivo deste contato inicial é avaliar o desenvolvimento de todo o sistema bucofacial e verificar se a criança vai aceitar o tratamento".

Entre os aspectos que podem caracterizar algum problema na criança e que devem ser alertados aos pais pelos dentistas estão dificuldades para mastigar, morder ou falar; respiração somente pela boca; mordidas na bochecha frequentemente ou ranger dos dentes; e ossos da maxila ou da mandíbula mais para frente ou para trás. "Todos esses são sinais de que a criança pode estar desenvolvendo uma má-oclusão dentária ou um problema esquelético facial. Nesses casos, o ideal é procurar um especialista para avaliar", aconselha.

Vantagens da intervenção precoce:
- Impedir a evolução e o agravamento da má oclusão, diminuindo a severidade dos problemas e consequências na dentição permanente.
- O tratamento precoce diminui significativamente a necessidade de extrações dentárias na dentição permanente e, também, a realização de intervenções cirúrgicas mais complexas.
- Problemas que têm origem no crescimento dos ossos da mandíbula e maxila têm mais chance de serem tratados com êxito quando detectados precocemente.
- Estando em contato com o paciente desde cedo, pode-se direcionar adequadamente o crescimento desses ossos.
- O tratamento correto pode facilitar o desenvolvimento normal da Articulação Temporomandibular.
- Há melhor aproveitamento do potencial genético do paciente em relação ao crescimento.

 

0 comentários:

Postar um comentário